O genograma é um instrumento que mostra graficamente a estrutura e o padrão de repetição das relações familiares e patologias. Suas características básicas são: identificar a estrutura da família e seu padrão de relação, mostrando as doenças que costumam ocorrer, a repetição dos padrões de relacionamento e os conflitos que desembocam no processo de adoecer. A aplicação do genograma permite uma visualização do processo de adoecer, facilitando o plano terapêutico e permitindo à família uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas patologias. No acompanhamento e estudos de famílias, a compreensão de suas histórias naturais e padrões de adoecer pode potencializar a ação dos profissionais de saúde.
O instrumento, útil para a equipe de saúde, também pode ser usado como fator educativo, permitindo ao paciente e sua família ter a noção das repetições dos processos que vem ocorrendo e em como estes se repetem. O genograma permite à equipe de saúde perceber armadilhas no enfrentamento de problemas e auxilia na construção de uma proposta viável, mesmo apresentando limitações. Estas são decorrentes do fato de o genograma ser estático, ou seja, ele mostra um padrão fixo, que freqüentemente evolui pois é fruto das experiências individuais e também pela sua capacidade restrita de adicionar novos dados.
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Na figura acima, está representado o genograma da família do paciente A.G. Nele estão representadas algumas características da família do paciente, bem como o histórico de doenças recorrentes na família.
Contando com o que foi exposto até aqui e com o auxílio do genograma podemos avaliar algumas características do paciente A.G. e de sua família. A.G., 68 anos, aposentado, é casado com A.M.G., 58 anos, do lar, com a qual possui 3 filhos, com 2 destes filhos ainda residindo com os pais. A família é vinda de Alagoas, com os filhos nascidos já no Rio de Janeiro. A.G. é portador de DM e HAS, sendo tratadas com medicação. O paciente entrou em insulinoterapia há 2 semanas. Ele e sua esposa não souberam relatar casos de outras doenças crônicas, hereditárias ou cardiovasculares na família. O relacionamento entre A.G. e A.M.G. é normal, enquanto entre os demais membros da família é próximo. Já com os filhos de seu primeiro casamento, o relacionamento é mais distante.