terça-feira, 23 de novembro de 2010

Término do Período



Ao fazer um balanço sobre tudo o que foi aprendido na disciplina ao longo do semestre, penso que o balanço foi positivo. Foi um ponto bastante positivo poder ter o primeiro contato com o doente fora do ambiente hospitalar. Também gostei muito de ter aprendido a aferir a PA e as medidas antropométricas. O ponto negativo ficou por conta de muitas vezes não termos orientação nas VDs, principalmente na primeira, e às vezes ficou parecendo que não tínhamos atividade para fazer, com a turma indo novamente à casa dos pacientes para fazer as mesmas coisas, o que se tornou desestimulador e repetitivo. Talvez se tivéssemos abordado uma segunda família, esse aspecto teria sido melhor. Apesar disso, certamente todo o conteúdo aprendido foi de grande valor para minha formação profissional.

Com relação às aulas teóricas, acho que os debates em torno do SUS e o conhecimento adquirido sobre o nosso sistema de saúde foi de grande relevância, pois meu conhecimento a respeito disso era extremamente escasso.

Genograma

O genograma é um instrumento que mostra graficamente a estrutura e o padrão de repetição das relações familiares e patologias. Suas características básicas são: identificar a estrutura da família e seu padrão de relação, mostrando as doenças que costumam ocorrer,  a repetição dos padrões de relacionamento e os conflitos que desembocam no processo de adoecer. A aplicação do genograma permite uma visualização do processo de adoecer, facilitando o plano terapêutico e permitindo à família uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas patologias. No acompanhamento e estudos de famílias, a compreensão de suas histórias naturais e padrões de adoecer pode potencializar a ação dos profissionais de saúde.

O instrumento, útil para a equipe de saúde, também pode ser usado como fator educativo, permitindo ao paciente e sua família ter a noção das repetições dos processos que vem ocorrendo e em como estes se repetem. O genograma permite à equipe de saúde perceber armadilhas no enfrentamento de problemas e auxilia na construção de uma proposta viável, mesmo apresentando limitações. Estas são decorrentes do fato de o genograma ser estático, ou seja, ele mostra um padrão fixo, que freqüentemente evolui pois é fruto das experiências individuais e também pela sua capacidade restrita de adicionar novos dados.

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Na figura acima, está representado o genograma da família do paciente A.G. Nele estão representadas algumas características da família do paciente, bem como o histórico de doenças recorrentes na família.

Contando com o que foi exposto até aqui e com o auxílio do genograma podemos avaliar algumas características do paciente A.G. e de sua família. A.G., 68 anos, aposentado, é casado com A.M.G., 58 anos, do lar, com a qual possui 3 filhos, com 2 destes filhos ainda residindo com os pais. A família é vinda de Alagoas, com os filhos nascidos já no Rio de Janeiro. A.G. é portador de DM e HAS, sendo tratadas com medicação. O paciente entrou em insulinoterapia há 2 semanas. Ele e sua esposa não souberam relatar casos de outras doenças crônicas, hereditárias ou cardiovasculares na família. O relacionamento entre A.G. e A.M.G. é normal, enquanto entre os demais membros da família é próximo. Já com os filhos de seu primeiro casamento, o relacionamento é mais distante.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A última VD

A última atividade que acompanhei no PSF foi o treinamento em antropometria com o Prof. Eduardo. Infelizmente não pude acompanhar muitas consultas com crianças, devido a estar dispensando tempo em consultas com o paciente A.G. Também não estive presente nas atividades na creche, devido à duas faltas consecutivas e, na última aula, devido ao atraso da chegada da van ao PSF. Sendo assim, hoje fomos realizar a última VD com o paciente A.G.

Como de costume, eu e minha dupla fomos muito bem recebidas e começamos a conversar com o paciente e com sua esposa. Ele nos relatou estar realizando insulinoterapia, devido a persistência dos níveis altos da glicemia. Mais uma vez, conversamos com ele sobre a importância de seguir a dieta. Depois disso, ficamos conversando por algum tempo sobre assuntos diversos, e a esposa dele nos ofereceu até bolo! Ao final da conversa, nos despedimos e avisamos que não estaríamos mais acompanhando a família, devido ao término de nosso período letivo. A família me pareceu triste com a notícia, principalmente a esposa.

Ao retornar ao PSF, tive a oportunidade de assistir a consulta de uma criança com a Drª Patrícia.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Antropometria

Essa semana não realizamos visita domiciliar ao paciente, estando envolvidos em uma nova atividade. O professor Eduardo esteve nos ensinando sobre antropometria, quando fomos orientados sobre como obter as medidas corporais dos indivíduos. Tivemos a oportunidade de medir o comprimento e peso uns dos outros, além de nos familiarizarmos com os equipamentos. Também conversamos sobre o atendimento à criança doente, no qual estaremos envolvidos na semana seguinte. A nova atividade foi muito legal, pois já estava cansada de fazer VD! Por fim, irei escrever um pouco sobre o conteúdo aprendido.

Antropometria

Conceito: método de obtenção das medidas corporais de indivíduos.
Importância: permite determinar o estado nutricional de indivíduos e populações; é de fácil aplicação em todos os serviços de saúde, prático e amplamente aceito pela população, por ser um método não-invasivo.
Principais tipos de medidas antropométricas nos serviços de saúde:
 Peso;
 Comprimento (para crianças menores de 2 anos);
 Altura ou estatura (para crianças maiores de 2 anos e adultos)

1. Balança Pediátrica Mecânica


É utilizada para a medida do peso de crianças menores de 2 anos ou até 16 kg. Também pode ser utilizada a balança do tipo eletrônica.

Procedimento:

 destravar a balança;
 verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha
horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
 após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser travada;
 despir a criança com o auxílio da mãe;
 colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o peso igualmente;
 destravar a balança, mantendo a criança parada o máximo possível nessa posição.Mover os cursores sobre a escala numérica: primeiro o maior para os quilos; depois o menor para os gramas; até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados.
 travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, assegurando o bom funcionamento do equipamento;
 realizar a leitura de frente para o equipamento, com os olhos no mesmo nível da escala, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores.
 fazer a anotação do peso na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/prontuário;
 retirar a criança e retornar os cursores ao zero na escala numérica;
 marcar o peso no Cartão da Criança.

2. Antropômetro horizontal


É utilizado para medir o comprimento de crianças menores de 2 anos.

Procedimento:

 deitar a criança no centro do antropômetro, descalça e com a cabeça livre de adereços;
 manter, com a ajuda da mãe/outra pessoa: a cabeça apoiada firmemente contra a parte
fixa do equipamento, com o pescoço reto e o queixo afastado do peito; os ombros totalmente em contato com a superfície de apoio do antropômetro; os braços estendidos ao longo do corpo; as nádegas e os calcanhares da criança em pleno contato com a superfície que apóia o antropômetro.
 pressionar, cuidadosamente os joelhos da criança para baixo, com uma das mãos, de modo que eles fiquem estendidos; juntar os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas. Levar a parte móvel do equipamento até a planta dos pés, com cuidado para que não se mexam;
 fazer a leitura do comprimento quando estiver seguro de que a criança não se moveu da posição indicada;
 anotar o valor obtido na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/prontuário. Por último, retirar a criança.

3. Balança Plataforma Mecânica


É utilizada para pesar crianças maiores de 2 anos e adultos. Também pode ser utilizada a balança do tipo eletrônica.

Procedimento:

 destravar a balança;
 verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador; até que a agulha do braço e o fiel estejam
nivelados;
 Após o calibramento da balança, ela deve ser travada e só então a criança/adulto subirá na plataforma para ser pesado;
 Posicionar a criança/adulto de costas para a balança, descalço, com o mínimo de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição;
 Destravar a balança;
 Mover os cursores sobre a escala numérica: primeiro o maior para os quilos; depois o menor para os gramas; até que a agulha do braço e o fiel estejam
nivelados.
• Travar a balança, evitando, assim que sua mola desgaste, assegurando o bom funcionamento do
equipamento;
 Realizar a leitura de frente para o equipamento, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores.
 Anotar o peso na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/ prontuário;
 retirar a criança/adulto (13° passo);
 retornar os cursores ao zero na escala numérica;
 marcar o peso das crianças até 6 anos de idade no Cartão da Criança.

4. Antropômetro Vertical


É utilizado para medir a altura de crianças maiores de 2 anos ou adultos.

Procedimento:

 Posicionar a criança/adulto descalço no centro do equipamento, com a cabeça livre de adereços; ele deve se manter: de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos; os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro/parede; os ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte interna de ambos os joelhos; os pés unidos mostram um ângulo reto com as pernas.
 Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar a criança/adulto, quando tiver certeza de que o mesmo não se moveu;
 Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento;
 Anotar o resultado na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional/prontuário.

sábado, 23 de outubro de 2010

As Visitas Domiciliares Seguintes

As visitas seguintes ao paciente A.G. consistiram praticamente no mesmo "roteiro": o paciente e sua esposa, que sempre estão em casa no horário em que costumamos fazer as visitas, nos recebiam com muita atenção e conversávamos sobre a situação de saúde de A.G. Perguntávamos sobre a dieta, que o paciente sempre indicava estar tendo dificuldade para seguir, e conversávamos sobre a necessidade de cumpri-la, caso contrário sua saúde poderia se debilitar, além do fato de que ele teria que se submeter à insulinoterapia. Após a visita, o paciente nos acompanhava até a unidade de saúde, onde era aferida sua PA e a glicemia, esta última sempre estando elevada. Acompanhamos consultas com a Prof.ª Dr.ªMárcia, no PSF, e com internos, em sua casa e no PSF. Nessas consultas, também era organizada a caixa de medicamentos do paciente que, supostamente devido ao anafalbetismo, não conseguia ler o nome dos medicamentos e, consequentemente, fazer o uso adequado dos mesmos. Nestas consultas, tivemos a oportunidade de realizar a medida da PA e auxiliar na medida da glicemia, o que foi uma experiência bastante estimuladora. Infelizmente, o paciente não demonstrou auto-cuidado e teve que se submeter a insulinoterapia.

Considerei as primeiras visitas domiciliares e consultas médicas supervisionadas bastante animadoras, porém, posteriormente, foram ficando tediosas, uma vez que sempre íamos à casa do paciente para dar as mesmas orientações, as quais o mesmo nunca seguia.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aprendendo a aferir a PA

Hoje procuramos nosso paciente em sua casa, para saber como havia sido sua consulta na UPA, porém, o mesmo não se encontrava em casa. Assim, eu e minha dupla retornamos à USF para procurar informações sobre seu estado de saúde no prontuário. Verificamos que ele havia se dirigido à UPA, como recomendado, onde realizou insulinoterapia. Desse modo, ficamos na expectativa de encontrá-lo na semana seguinte.

Como o paciente não foi localizado nesse dia, a professora Ana nos ensinou a aferir a PA. Gostei muito dessa atividade, o que inclusive me estimulou a comprar esfigmomanômetro e estetoscópio para treinar em casa. Deixo aqui algumas informações sobre o que aprendi a respeito da medida da PA.

Procedimento para a medida da PA

1. Explicar o procedimento ao paciente, orientando que não fale e descanse por 5-10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável. Promover relaxamento, para atenuar o efeito do avental branco (elevação da pressão arterial pela tensão provocada pela simples presença do profissional de saúde, particularmente do médico).
2. Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos há 60- 90 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; e não está com as pernas cruzadas.
3. Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver pelo menos 80%.
4. Manter o braço do paciente na altura do coração, livre de roupas, com a palma da mão voltada para cima e cotovelo ligeiramente fletido.
5. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide.
6. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa do nível a pressão sistólica; desinflar rapidamente e aguardas um minuto antes de inflar novamente.
7. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.
8. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar, de 20 a 30 mmHg, o nível estimado da pressão sistólica. Proceder a deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo. Após identificação do som que determinou a pressão sistólica, aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg para evitar congestão venosa e desconforto para o paciente.
9. Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), seguido de batidas regulares que se intensificam com o aumento da velocidade de deflação. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff). Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).
10. Registrar os valores das pressões sistólicas e diastólica, complementando com a posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a medida. Não arredondar os valores de pressão arterial para dígitos terminados em zero ou cinco.
11. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
12. O paciente deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão arterial e a possível necessidade de acompanhamento.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Acompanhando a consulta de A.G.M. na USF

Hoje eu e minha dupla fomos até a casa do paciente A.G. para realizar mais uma visita domiciliar. Fomos muito bem recebidas e conversamos com ele e sua esposa sobre se eles haviam conseguido, durante aquela semana, modificar os hábitos alimentares da casa, especialmente o paciente. Sua esposa relatou que ele não demonstrava esforço para melhorar sua saúde nesse sentido, o que também foi admitido ser uma tarefa difícil pelo próprio, o qual contou que vem se alimentando de pães, massas e cereais. Conversamos, mais uma vez, com a família que estes alimentos eram ricos em glicose e que, devido a diabetes mellitus, deveriam ser evitados pelo paciente. Explicamos sobre os agravos que a evolução do diabetes podem causar, tais como insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. O paciente informou estar consciente dos riscos e se comprometeu em procurar melhorar os hábitos alimentares.

Além disso, perguntamos se ele poderia ir até a USF, a fim de realizar a medida da PA e da glicemia. O paciente se disponibilizou e desejou ir imediatamente até a unidade. Chegando lá, acompanhamos sua consulta com uma interna sob supervisão. Foi aferida a PA, que estava em 14/9 e a glicemia, a qual estava acima de 450. Por este motivo, o paciente foi encaminhado à UPA, a fim de realizar insulinoterapia. Mais uma vez foi orientado sobre sua alimentação e sobre as complicações do diabetes.