quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Primeiro Dia na Comunidade

Hoje tivemos o primeiro dia de prática da disciplina. Por este motivo, estivemos mais envolvidos em conhecer o espaço da comunidade e sua história, a organização do posto de saúde, conhecemos os professores e alguns funcionários do posto, além de conversarmos um pouco sobre como se dá a atuação daquela unidade dentro da comunidade. Sendo assim, falarei um pouco sobre estes assuntos.

A comunidade atendida pela unidade de saúde se chama Novo Palmares, possuindo cerca de 1350 habitantes, distribuídos em 450 famílias. A localidade é divida em seis micro-áreas, sendo a de número 6, também chamada de Vacaria, a que possui a situação mais crítica, em razão de ter o acesso ao saneamento básico mais dificultado.

Uma coisa que achei muito interessante, foi a existência de um mapeamento territorial feito em toda a comunidade, indicando cada moradia ou outro tipo de estabelecimento (igrejas, comércio, etc.) que fazem parte de seu território, bem como locais que possam apresentar algum risco à saúde da comunidade, como, por exemplo, a presença de "valões". Essa iniciativa concretiza uma das prerrogativas da estratégia Saúde da Família, que é a de acompanhar as famílias dentro de uma área geográfica delimitada, o que permite que a equipe de saúde atue conhecendo todo o ambiente no qual está inserido o indivíduo e, mais do que isso, possa agir promovendo a saúde, a prevenção e a reeducação.

Além disso, estou gostando bastante de conhecer a importância da atenção básica à saúde, que por muito tempo foi negligenciada em nosso país. Ela trata-se do primeiro nível de atenção à saúde, sendo, preferencialmente, a “porta de entrada” do sistema de saúde. Outra coisa muito interessante foi descobrir que em Novo Palmares, cerca de 9 em cada 10 pacientes conseguem resolver seus problemas na própria unidade de saúde da família, o que mostra que a atenção básica deve ser uma prioridade na gestão do sistema, porque possibilita uma melhor organização e funcionamento também dos serviços de média e alta complexidade. Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos-socorros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas unidades básicas de saúde, deixando os ambulatórios de especialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos recursos existentes.

Tenho gostado muito da experiência e, principalmente, de poder iniciar a prática médica em um ambiente totalmente diferente do ambiente hospitalar e espero poder assimilar, durante esta oportunidade, valores que me auxiliem no desenvolvimento de uma relação médico-paciente mais humanizada e menos distante.

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